A onda anti-bolsonaro cresce como uma tempestade tropical

Texto e Fotos: João Lucas Gama

A cada nova onda de protestos pelo “Fora Bolsonaro”, mais cresce a adesão popular ao grito de basta que ecoa contra o que está acontecendo no Brasil. Neste sábado, dia 3 de julho, mais de 314 cidades do país e do mundo registram atos exigindo a deposição imediata do presidente da república e o fim do genocídio em curso, que já ceifou a vida de mais de 522 mil pessoas (em dados oficiais). Em Recife, centenas de milhares de pernambucanos e pernambucanas caminharam enfileirados, respeitando o distanciamento social e as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19 (tal como o uso obrigatório de máscaras e álcool em gel), enquanto portavam cartazes e bandeiras que expressavam suas revoltas e denunciavam o absurdo cotidiano do Bolsonistão.

Motivos não faltam para exigir não apenas a saída, como a prisão de Jair Bolsonaro e todo o seu clã político; pelo menos é isso que tem indicado os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, atualmente em curso no Senado. Entre os sucessivos escândalos que gradativamente vem sendo revelados, os mais recentes eventos apontam não apenas para a negligência do governo, mas para fortes indícios de corrupção.

Para o petroleiro aposentado e dirigente sindical do Sindipetro PEPB, Paulo Sergio Farias Castro, “essa mobilização que está sendo feita pela sociedade brasileira é muito importante, porque vai reforçar cada vez mais os nossos parlamentares que estão brigando para tirar esses fascistas do poder; só com a força do povo na rua é que eles terão capacidade de lutar”, diz o sindicalista.

Em sua avaliação, “o momento é agora, pois eles estão rachando, abrindo furos e mostrando, cada vez mais para a sociedade, a gangue que foi instalada lá – e que todos sabiam, mas precisava ser mostrado”, reflete Paulo Sérgio, que conclui: “Rua! Rua!”.

CPI avança e escancara indícios de crime

Em uma série de depoimentos reveladores dados à CPI, o deputado Luís Miranda e seu irmão, Ricardo Miranda (funcionário público concursado do Ministério da Saúde) apontaram que haviam encontrado sérias irregularidades na compra de vacinas da Covaxin.

Os irmãos trataram então de levar o assunto ao presidente Jair Bolsonaro, que optou por não fazer nada, alegando que era “coisa de um fulano”. O fulano em questão, se tratava do deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara.

Dias depois, o representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, apontou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria pedido U$S 1 de propina por cada uma das dose da Covaxin para fechar contrato com a pasta.

Tornadas públicas, informações desta natureza aumentam consideravelmente o desgaste político do presidente e sua já prejudicada imagem perante a opinião pública, além de acelerar a mobilização popular em prol da queda do governo.

O cerco começa a se fechar

Na última quarta-feira (30), parlamentares e entidades da sociedade civil organizada deram entrada no chamado “Super Pedido de Impeachmente”, na Câmara dos Deputados, inicialmente com 45 signatários e unificando argumentos apresentados nos outros 123 pedidos anteriores.

Mais de 700 entidades de movimentos populares, sindicais e de organizações da sociedade civil assinam o requerimento, que reúne 24 atos cometidos por Bolsonaro, que indicam juridicamente a prática de crimes de responsabilidades, somados às recentes denúncias de prevaricação na compra superfaturada da vacina Covaxin, que estão sendo investigadas pela CPI da Covid no Senado.

Chama a atenção o fato de que, para além dos partidos de esquerda e movimentos sociais que endossaram o documento, o tal Super Pedido de Impeachment também tenha contado com o apoio até mesmo de importantes ex-aliados do presidente, como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP).

Ressarcimento de IR no HRA e do abono do PCR

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