Alta dos preços no gás de cozinha joga população pobre na miséria

A alta de preços dos itens da cesta básica, transporte e energia sentidas e apontadas nos índices oficiais (INPC e IPCA), que levaram a inflação de 2020 para a 4,52%, são ainda mais sentidas pelas famílias com menor rendimento, sendo que estas comprometem a maior parte do orçamento doméstico com itens de sobrevivência. Em meio a essa escalada de preços um item elementar para um regular convívio doméstico tem se destacado negativamente, é o encarecimento do gás de cozinha (GLP), que nesta primeira quinzena de janeiro voltou a subir 6%.

Isso em um cenário de crescimento do número de famílias que se enquadram na condição de extrema vulnerabilidade, sendo mais de 1 milhão e 300 mil, só nos dois primeiros anos do governo Jair Bolsonaro, segundo a Pnad Continuada (IBGE). Vivenciar tal encarecimento no custo de vida da população é projetar para o país uma crise social severa no curto prazo.

A falta do gás de cozinha, tal como a falta de energia elétrica, tem um efeito devastador no convívio dentro de casa, pois se o dinheiro só dá para comprar a comida, o preparo terá de ser feito com outras formas, sendo o fogo à lenha o mais acessível financeiramente, ainda que fisicamente perigoso e psicologicamente sofrível.
Antes da pandemia de 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística já apontava que quase 20% das famílias brasileiras, ou seja, uma a cada cinco famílias, usava lenha ou carvão para cozinhar e o motivo é o encarecimento do botijão de 13kg, que agora passa a ser vendido nas refinarias da Petrobras por R$ 35,98 e depois de passar pela cadeia de transporte, pode chagar ao consumidor final no valor de R$ 85,00 à R$ 100,00 dependendo da região do país.

Política de preços dos derivados de petróleo

Muito se argumenta sobre os motivos dessa elevação do preço do gás de cozinha, se fala do peso dos impostos estaduais (ICMS), mas pouco se argumenta sobre a política de preços do barril de petróleo extraída pela Petrobras, submetida ao dólar que pode oscilar mediante o interesse do mercado.

Mesmo em um cenário onde o barril de petróleo tenha ficado mais barato, como em 2020 por conta da pandemia com uma queda de aproximadamente 20%, estando a moeda brasileira em desvalorização frente ao dólar (-33,8%), o impacto dessa balança continuará negativa para o país, que segue obedecendo uma lógica que no final das contas prejudica o consumidor final com destaque para os mais pobres.

Mudar esse cenário implica em rever essa lógica reestabelecendo à Petrobras a importância de seu tamanho no mercado de exploração e refino de óleo no mundo, além de uma política de preços soberana, que sirva aos interesses da população brasileira e não ao mercado de ações.

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