Texto: André Justino
Ocorrida na tarde da segunda-feira (10) e transmitida pelo Youtube, a audiência pública que teve como tema “A privatização da Refinaria Abreu e Lima e o impacto no preço dos combustíveis”, organizada pelo vereador Osmar Ricardo (PT-PE), reuniu especialistas, integrantes da sociedade civil organizada e parlamentares. A finalidade dos debates foi acolhimento dos pontos de vistas e dados técnicos que serão compilados em um documento para serem enviados ao mandato do Deputado Federal Carlos Veras, além do Senador Humberto Costa, ambos do PT de Pernambuco, para pautar o tema no Congresso Nacional.
A Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada em Ipojuca e pertencente à Petrobrás está na mira da equipe econômica do Governo Bolsonaro, para a entrega ao setor privado. O sentimento geral entre os participantes, desde a representação do Procon Recife, passando pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro PEPB), além dos parlamentares do Poder Legislativo recifense é de que o repasse da planta para a iniciativa privada, muito possivelmente para algum grupo econômico estrangeiro, representa um risco para a capacidade empresarial da Petrobrás e um dano pior ainda para a economia do estado.
Cloviomar Pereira, que participou da audiência representado o Dieese, afirmou que “não haverá concorrência depois da privatização; haverá um monopólio do preço de venda do óleo produzido pela refinaria, nas mãos da inciativa privada. Logo, esse argumento de que a privatização estimulará a concorrência trazendo com isso uma redução nos preços dos combustíveis é falso”. Já Pablo Bismack, do Procon, divulgou que diante do constante encarecimento dos combustíveis nas bombas “está na pauta do Procon para 2021, a realização de uma nova pesquisa de preços, visando identificar irregularidades e responsabilizando proprietários de postos que estiverem cometendo abusos”.
A FUP participou da audiência, representada pelo Coordenador Geral da entidade, Deyvid Bacelar, alerta que com a privatização “haverá um monopólio de um investidor internacional, que não tem compromisso algum com o cidadão e cidadã pernambucanos, do Nordeste, do Brasil e que terão de trabalhar com os preços que ele determinar. As indústrias dependentes de insumos do petróleo, além dos cidadãos terão de se submeter a esses preços determinados por esse monopólio”.
A realização dessa audiência é mais uma iniciativa pela qual o Sindipetro se soma na defesa de uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social para Pernambuco, além de tão estratégica para o Brasil. A privatização da refinaria mais moderna do país, diante de uma crise econômica tão acentuada, é um crime contra a soberania do Bra
