Fracasso da privatização da Rnest causa urticária nos economistas e comentaristas liberais

Entre os defensores do neoliberalismo hoje em dia perceber um ditado bem conhecido, quanto a análise de Bolsonaro à frente do governo, à saber, “vão-se os anéis, fica os dedos”. No caso, os anéis, descartáveis, refere-se ao próprio mandatário da República, enquanto os dedos trata-se da política econômica deste governo, capitaneado pelo ministro da economia, Paulo Guedes, no misto do que há de mais elitista e entreguista da história do Brasil. Não à toa a felicidade dos economistas liberais e a grande imprensa, quando é anunciada a privatização de mais um ativo estratégico da Petrobrás.

A evidência disso foi vista a partir da reação inversa sobre a derrota da privatização da Refinaria Abreu e Lima, anunciada pela Petrobrás no mês de agosto. Não tardou em surgir matérias e textos “especializados” em tão somente criminalizar a existência da refinaria pernambucana, usando como subsídio o falso discurso moralista do combate à corrupção; a mesma conversa fiada que trouxe o Brasil ao absurdo de 15 milhões de desempregados e a volta do fantasma da inflação.

O mais evidenciado nos últimos dias é o texto apresentado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV), denominado “O custo de Abreu e Lima e da Comperj”, que buscou observar a contradição entre o custo da construção da Rnest e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, com a “capacidade instalada” e produção, no caso pernambucano. De acordo com a publicação, que subsidiou até a pauta econômica de um grande jornal pernambucano, a Refinaria Abreu e Lima é cara e produz pouco, apresentando o valor de US$ 160.000 de capacidade instalada, sendo 6 vezes mais cara que às refinarias usadas na comparação. Ao final demoniza-se a existência da Refinaria em Pernambuco, ressuscitando os argumentos da Operação Lava Jato, para acusar a execução da planta como causadora de prejuízos bilionários.

Uso político da crítica contra a Refinaria Abreu e Lima

O citado estudo não oculta a intenção de flertar com uma crítica de ordem política, definindo bem um alvo. No histórico feito pela nota, se fez questão de pautar os acordos políticos estabelecidos no início do projeto básico, logo após o anúncio da capacidade da Petrobrás em extrair petróleo do pré-sal brasileiro. A ideia é ligar de maneira pejorativa o governo brasileiro, à época de 2005 e suas relações de ordem internacional macroeconômicas, entre Brasil e Venezuela.

Seja no trabalho divulgado pelo Ibre-FGV, seja nos recentes editoriais dos grandes jornais do país, a abordagem crítica influenciada pela perspectiva do resultado eleitoral de 2022, passa a ser um reforço na estratégia de desinformação tão usada na política brasileira nos últimos anos.

A intenção é criar uma retórica que aponte projetos que pautem o tema da Petrobrás e da política energética brasileira como assunto de Estado, estão fadados a fazer reavivar supostos casos de corrupção e para isso vale esquecer que o denuncismo da Operação Lava Jato travou a indústria nacional, fazendo o país interditar investimento futuros.

A importância da Rnest para o Nordeste e da Petrobrás como empresa integrada

De acordo com outro trabalho técnico, só que apresentado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás natural e Biocombustívels (Ineep), intitulado “Petrobras integrada e investimentos estatais são estratégicos”, a consolidação da Rnest é fundamental para o país reduzir a dependência da importação de derivados de petróleo a partir da boa capacidade de refino produzido já no trem 1. “A partir de 2015 a refinaria já gerou cerca de R$ 6,9 bilhões de fluxo de caixa, trata-se de um ativo de vida útil de cerca de 50 anos… com potencial para amortizar seu investimento em cerca de mais 10 anos. Além disso, o valuation da Rnest em 2021 já indica um valor maior do que o investido, atingindo cerca de R$ 16,8 bilhões”, afirma o estudo.

O próprio catálogo de produtos oferecidos pela refinaria localizada no complexo portuário de Suape, dá a margem do quão estratégica ela é para a constituição de uma Petrobrás integrada, enquanto vetor do desenvolvimento do país: gasolina A, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), coque, nafta, óleo combustível e Diesel S-10 que representa cerca de 70% do total.

A urticária nos economistas e comentaristas liberais, fruto da não privatização da Refinaria Abreu e Lima, obedece apenas a lógica do entreguismo daqueles que obcecados pelo mundo do Capital improdutivo, só tem olhos para o mercado de ações, sem compreender que uma empresa 100% pública e estatal, economicamente forte e referência mundial no mercado de petróleo, capilarizada em todo o território nacional, torna-se garantidora de políticas públicas, empregos e renda para milhares de famílias brasileiras.

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