Lockdown pela vida e por direitos – Centrais sindicais convocam trabalhadores(as) a ficarem em casa nessa quarta-feira

Texto: João Lucas Gama

Na última quinta-feira (18) o Brasil chorava a morte de 2.659 de seus filhos e suas filhas; naquele mesmo dia, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitia a convocação endereçada a todas as categorias profissionais do país para que, na quarta-feira (24), ficassem em casa e aderissem a um Lockdown da classe trabalhadora, em Defesa Da Vida e dos Direitos. A medida será um protesto à maneira irresponsável que o Governo Federal tem conduzido o combate à pandemia há mais de um ano.

O país vive hoje o pior colapso sanitário e hospitalar da história, segundo boletim da Fiocruz divulgado na última terça-feira (16). Atualmente, o país supera a triste marca de 295 mil óbitos por Covid-19 e voltou a ser o epicentro de contágio da doença no mundo (com mais de 12 milhões de casos confirmados). Ao todo, 24 estados e o Distrito Federal já registram taxas de ocupação dos leitos de UTI superiores à 80%.

Apenas 5,8% da população brasileira foi vacinada até a presente data; no entanto, quando se observa o quantitativo de pessoas que receberam as duas doses do imunizante, esse percentual cai para 1,99% da população. Se mantiver este ritmo, o Governo Federal levará aproximadamente quatro anos para vacinar 70% de seus habitantes.

A ausência de políticas públicas de aquisição de novas vacinas, ou de insumos para produção das mesmas, aliadas à falta de coordenação mínima para distribuição e imunização da população tem contribuído fortemente para a construção desse cenário desolador. Tal quadro também é amplamente agravado pelo fim do auxílio emergencial de R$ 600,00, que deixa desassistidas mais de 66 milhões de pessoas.

Porém a ausência do auxílio emergencial não é o único infortúnio financeiro para a classe trabalhadora brasileira; até o fim do ano passado, o país já registrava uma taxa de 14,1 milhões de pessoas desocupadas (o que corresponde a 14,3% da força de trabalho). Além do mais, as políticas de precarização das relações trabalhistas durante o decorrer da pandemia (e até mesmo antes da sua chegada) fizeram pipocar as taxas de informalidade, que já chegam a 38,8% da população economicamente ativa, que equivale a 32,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada.

“O povo tem de saber que a falta de governo e a inexistência de planejamento central são responsáveis por essa crise sanitária, social e econômica que vivemos”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre.

Em publicação feita em seu site, a CUT pontuou que, a quarta-feira será um dia para “o trabalhador ficar em casa e não trabalhar, mesmo que esteja em home office, para deixar claro seu protesto contra a situação caótica em que o Brasil está, para cobrar do Governo Federal, deputados e senadores vacina já para todos e todas, auxílio emergencial decente, e políticas de proteção e geração de emprego e renda “.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), orientou os petroleiros e as petroleiras a aderirem ao Lockdown convocado pelas centrais sindicais. “Já são quase 3 mil mortes diárias após um ano de pandemia, resultado da irresponsabilidade e inércia do governo Bolsonaro que transformou o Brasil em exemplo mundial de fracasso e de falta de políticas públicas para conter a disseminação da covid-19”, conclui.

Atos em PE e PB

Integrando as ações de mobilização do Lockdown, serão realizados atos em, ao menos, 12 estados do país. Confira abaixo, as agendas e locais das manifestações

Pernambuco

Ato acontece a partir das 10h na Ponte Duarte Coelho, no Centro do Recife.

Em seguida, caminhada em direção ao Palácio de Governo do Estado, para protocolar um documento, com reivindicações da classe trabalhadora.

A ação é conjunta das centrais CUT, CTB, CSP-Conlutas, Força Sindical, Intersindical, UGT, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Campanha Fora Bolsonaro.

Paraíba

João Pessoa: a CUT Paraíba circulará com carros de som reivindicando “vacina já” para todos, em defesa do ausílio emergencial e em defesa da vida.

Também serão afixadas faixas em locais estratégicos.

Ressarcimento de IR no HRA e do abono do PCR

Pagamento das horas extras / Feriado

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