Foi anunciado no final de outubro os resultados operacionais da empresa nesse último trimestre de 2021, registrando um lucro líquido de 31,1 bilhões de reais. Um valor 3% menor do que o trimestre anterior e 173% maior que o registrado no mesmo período anual em 2020. O mesmo anúncio Petrobras registou um fluxo de caixa superior em 20% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Situação econômica que motivou a antecipação de pagamento de R$ 31,8 bilhões de reais para os acionistas privados, além dos R$ 31,6 bilhões de reais pagos em dividendos no trimestre anterior.
Para atingir essa receita vale destacar a estratégia adotada desde 2016 com a implantação da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), prática que tem provocado os constantes reajustes no valor dos combustíveis e derivados de petróleo. Só em 2021, a gasolina aumentou de preço 15 vezes, um aumento de 74%; enquanto o diesel ficou mais caro 64,7%.
Com a política de desinvestimento, estimulando a venda de ativos e privatização de setores estratégicos da Petrobrás para acabar a mediação do Estado na regulação da economia, em favor do mercado, a gestão da empresa reduz investimentos e maximiza no curto prazo os lucros, garantindo vultosos repasses para o capital privado que investe em papeis da petroleira.
É a máxima da privatização dos resultados e socialização do prejuízo posta em prática, o que é constatado cada vez que se compra gás de cozinha, se abastece o veículo ou se depara com o aumento de preços em toda cadeia de produtos que contabilizam os derivados de petróleo na produção. Bolsonaro e Guedes operam na potência máxima do neoliberalismo, privilegiando o mercado e negligenciando radicalmente os impactos sociais da concentração de renda nas mãos de uns poucos em detrimento da miséria de muitos.
