Reforçando privatizações como solução e passando a responsabilidade do preço dos combustíveis para governadores, Bolsonaro mente para o Brasil mais uma vez

De supetão e faltando quatro meses para as eleições presenciais, Jair Bolsonaro (PL-RJ) resolve chamar uma coletiva de imprensa para tratar do que para ele é o assunto mais espinhoso do governo, os preços dos combustíveis. Fez questão de fazer um anuncio ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (União Brasil-MG), para mostrar que estava buscando soluções para o problema. Mas ao final, repetiu o que de melhor ele faz desde que assumiu a Presidência da República, jogar a responsabilidade para quem estiver do lado, além de empurrar para frente.

O presidente anunciou mais uma vez que está disposto a zerar impostos federais sob a venda dos combustíveis, mas só se os governadores fizerem o mesmo com o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Se comprometendo a ressarcir os cofres dos estados que aderir a essa mudança tributária. A proposta vem em formato de um Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, sugerindo que tal ressarcimento aos estados se dê por meio de “receitas extraordinárias”, ou seja, dinheiro que nem a União sabe se poderá contar no futuro próximo.

Desdobramentos

No senado federal O senador Jean Paul Prates (PT-RN), afirma que o governo “está perdido”, e não tem plano estratégico para o setor. “Reduzir impostos indiretos é positivo, mas insuficiente. Solucionar estruturalmente exige trabalho e inteligência”, critica o senador.

Já a Abrava (Associação brasileira de Condutores de Veículos Automotores), divulgou nota chamando a proposta do governo de “solução tabajara”. “Bolsonaro está preocupado com sua reeleição, os caminhoneiros e o povo brasileiro estão preocupados em colocar comida na mesa de suas famílias, não vemos luz no fim do túnel. O país vai parar!!”, afirma o documento.

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) denuncia o “contorcionismo fiscal” de Guedes e Bolsonaro, “O GLP já estava com os impostos federais reduzidos e, no entanto, o preço do gás de cozinha continua a subir”, relembra Deyvid Bacelar, Coordenador Geral da FUP.

Privatização como falsa solução

A bomba fiscal que o governo está propondo tem impacto imediato tanto quanto tem prazo de validade de seis meses, o que escancara o viés eleitoreiro da ideia; e para compensar essa “solução tabajada”, para usar o adjetivo suscitado pelos caminhoneiros, Paulo Guedes conta que as receitas extraordinárias surjam a partir da privatização da Eletrobras. Ou seja, o Estado brasileiro deve se desfazer de um dos principais ativos que dão lucro ao país, para estourar em seis meses esse dinheiro pagando aos estados, pela pretensa reeleição do presidente.

E depois? Bom… Depois se vê.

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