Resistência que dá fruto: fracassa privatização da Rnest

A Petrobrás anunciou ontem que não conseguiu avançar com o “processo de desinvestimento da Refinaria Abreu e Lima (RNEST)”. O comunicado da empresa informou que todas as interessadas na negociação declinaram formalmente de apresentar proposta para a compra da refinaria e que está realizando “os trâmites internos para encerramento do processo de venda em curso”.

A Rnest é considera pela própria Petrobrás como a mais moderna refinaria já construída pela empresa, sendo fundamental no atendimento à demanda nacional por derivados de petróleo. O fracasso do processo de venda se dá em meio a muita turbulência no cenário político do país e pode representar uma tendência de recuo na sina entreguista do governo Bolsonaro/Guedes.

Se de um lado a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e seus ativos logísticos na Bahia foi fechada com a Mubadala Capital, além da mais recente e questionável privatização da Refinaria Isaac Sabá, de Manaus (Reman), junto com o terminal de armazenamento, para a Atem Distribuidora; por outro a resistência dos trabalhadores do Sistema Petrobrás e as expectativas com a arena política para 2022 podem indicar um movimento de reserva do capital privado.

No mês de março, o ex-presidente Lula, que desponta como principal ator no processo eleitoral do ano que vem, sinalizou em entrevista coletiva que “quem tiver [sic] comprando coisas da Petrobrás, tá correndo risco porque a gente pode mudar muita coisa”. E na medida que são apresentadas novas pesquisas eleitorais em favor do petista, além da queda na popularidade do atual mandatário, isso pode influenciar na decisão do capital em querer avançar sobre a estatal brasileira.

Questionamentos jurídicos

Diante do avanço das privatizações promovidas pela política do Paulo Guedes, a Federação Única dos Petroleiros tem questionado na Justiça os preços muito abaixo do valor real das plantas e que então sendo aplicados no fechamento das vendas. Ao portal de notícias Fórum, Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, disse que “… os processos que nós ingressamos na Justiça com relação à venda da refinaria da Bahia serviram para alertar a gestão da Petrobras que não tem como mais continuar vendendo ativos da empresa a preço de banana… Abreu e Lima é uma refinaria grande com um processamento de cerca de 230 mil barris por dia, produzindo um diesel de alta qualidade… a empresa fica sem justificativa para vender um ativo desse porte a um preço muito abaixo ou abaixo da sua avaliação financeira”, afirma.

O fracasso da venda da Refinaria Abreu e Lima é uma vitória dos trabalhadores da Petrobrás, do povo pernambucano e da Região Nordeste. Em meio a alta no preço dos combustíveis, a União ter controle na produção e refino do petróleo, além de derivados através do abastecimento de GLP, por meio do Transpetro, no TA Suape, é fundamental para reverter a atual política de preços influenciada pelo Dólar, garantindo preço junto nos combustíveis e gás, além de balizar o desenvolvimento industrial da Região, gerando empregos, tendo como suporte a capacidade de investimentos da Petrobrás.

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