Depois de desmontar, fechar e vender fábrica nacional de fertilizantes, Bolsonaro vai à Rússia para evitar desabastecimento
3º maior produtor agrícola do planeta, o Brasil teme por desabastecimento de adubos para a produção do campo brasileiro. Por isso, Bolsonaro, responsável político pelo desmonte da fabricação desse insumo pela Petrobrás, foi à Rússia pedir garantias pela manutenção do fornecimento de fertilizantes ao Brasil. A Rússia é um dos maiores fabricantes de adubos do mundo.
Em 2020, de forma unilateral, o governo fechou a fábrica de fertilizantes hidrogenados da Petrobrás em Araucária (PR), situação que provocou o desemprego de mais de mil trabalhadores na região. Somado a isso, já neste ano, antes da viagem ao país de Vladimir Putin, a ministra da agricultura do governo brasileiro anunciou a compra da fábrica de fertilizantes que também era da estatal brasileira, em Três Lagoas (MT), pelo grupo russo Acron.
O objetivo do presidente e sua equipe é retirar a Petrobrás e o Estado brasileiro do ramo de produção de adubos, o que põe o país em uma condição de extrema dependência do insumo para garantir o agronegócio brasileiro. Essa dependência chega a 95% que é o total de fertilizantes hidrogenados importados pelo Brasil hoje; em um momento de escassez da oferta no mercado internacional por conta da mudança de postura da China (maior produtor de adubo no planeta), que passou a usar boa parte dessa produção para abastecer a agricultura nacional ao invés de exportar.
A Petrobrás detém tecnologia e expertise para a produção de fertilizantes, mas a estratégia de desmonte e privatização do governo Bolsonaro está jogando o país no risco de desabastecimento, fragilizando a produção agrícola, as exportações do país e o mercado interno, que em caso de redução da oferta ou desabastecimento, pode encarecer ainda mais os produtos locais. Daí a justificativa da necessidade de ida do presidente do Brasil à Rússia a todo custo, mesmo em meio aos tensionamentos diplomáticos entre Moscou e os países da OTAN.