Petroleiros debatem transição energética na COP27
Virada a chave da expectativa política brasileira para o ano que vem, com a definição eleitoral, para a principal empresa estatal do país é momento de retomar o protagonismo do desenvolvimento econômico e social do Brasil e necessariamente isso passa pela retomada da estratégia de tornar a Petrobrás uma empresa de energia, contribuindo com a mudança do modelo produtivo do planeta, que vivencia uma emergência climática profunda, pondo em risco a vida como se conhece hoje na Terra.
Deverão ser 4 anos de uma nova gestão à frente da empresa que nortearão o futuro dessa estratégia. Atualmente, o setor energético responde por cerca de 73% das emissões globais de gases de efeito estufa, tornando-se um elemento central dos esforços de limitação do aquecimento global e essa mudança de rota na Petrobrás deve observar isso, visando conciliar a expansão das matrizes econômicas, não se reduzindo apenas na exploração de petróleo em águas profundas, mas também no refino e produção de derivados, afastando-se dos maus exemplos produtivos que potencializam os riscos da emergência climática.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), realizada este mês no Egito, o diretor da FUP, Gerson Castellano, e o economista Cloviomar Cararine (Dieese/FUP) irão pautar temas transversais do assunto na mesa “Transição Energética Justa no setor de Petróleo e Gás do Brasil”, nos dias 11 e 17, no espaço Brazil Climate Action Hub.
Urge pôr em prática uma abordagem que alcance especialistas, profissionais, agentes públicos e privados em torno da retomada dos investimentos da Petrobrás em energia limpa e a importância de a empresa voltar a ter papel de destaque na transição energética no Brasil. O Estado brasileiro responde por cerca de 10% dos empregos verdes no mundo, a sua grande maioria gerada no setor energético (hidrelétricas, produção de biocombustível e energia eólica ou solar). As portas do mundo estão abertas para que o Brasil assuma um papel protagonista nesse modelo de desenvolvimento não predatório do planeta Terra.