O Sindipetro PE/PB é o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Gás Natural dos Estados de Pernambuco e Paraíba, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A entidade sindical busca amparar a força de trabalho do setor e empenha esforços de mobilização social e política a favor da dignidade das trabalhadoras e trabalhadores, do desenvolvimento industrial sustentável através de uma transição energética justa e da soberania nacional.

Sindipetro PE/PB
EconomiaPetrobrasPolítica

No ano mais quente do planeta Terra nos últimos 125 mil anos, muito se fala sobre emergência climática. Porém, já passou da hora de ir além de falar!

Nessa quarta-feira (13) o governo federal arrecadou R$ 422 milhões com o leilão de concessão de áreas para exploração de petróleo e gás natural. As licitações envolveram áreas de 9 bacias sedimentares: Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano. Além da Petrobrás, Shell, Chevron e Cnooc Petroleum então entre as maiores “vencedoras” do leilão.

O leilão se dá um dia após a realização do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável (CDESS) da Presidência da República, o Conselhão, onde o Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, destacou proposta da FUP pela criação de um Fundo Soberano para a Transição Energética Justa, a ser constituído com parcela dos lucros do petróleo.

O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, órgão da União Europeia (EU) emitiu um alerta de que “o ano de 2023 entrará para a história como o mais quente dos últimos 125 mil anos”, um dado que não só está sendo visto por todos como sentido, diante de altas temperaturas e desequilíbrios ambientais diversos. Situação que exige bem mais do que falas sobre emergência climática nas reuniões da COP nas Nações Unidas. Tal emergência requer ser tratada com medidas emergenciais e uma política consequente de transição energética deve ser parte elementar dessa estratégia.

A proposição do Fundo Soberano para a Transição Energética Justa foi o segundo mais votado pela população no portal Brasil Participativo, plataforma do governo federal onde brasileiros puderam propor e votar projetos para o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. Tal proposta terá tramitação no Congresso Nacional, mas como afirmou Bacelar, “Uma transição justa dependerá muito mais de estratégias nacionais e empresariais do que das recomendações de organismos internacionais”, ou seja, a escolha política do governo será estratégica para fazer desse projeto uma baliza na evolução econômica brasileira e esta um exemplo para as demais economias nacionais.

Seguir falando e fazendo acontecer a transição energética

Não se trata de negar a emergência do clima e seguir explorando combustíveis fosseis, nem idealizar uma utopia imediatista do fim da era do petróleo, a transição passa necessariamente pela contradição de usar a capacidade financeira dos lucros dessa matriz, para financiar estrategicamente a diversificação energética da economia, associando isso ao desenvolvimento social do país. A lucratividade dessa exploração deve servir para investimentos na preservação das florestas e ecossistemas, desenvolvimento da bioeconomia e tecnologias novas como a do hidrogênio verde.

A COP28 que se encerra essa semana apontou uma novidade quanto ao compromisso dos países participantes por essa transição, ainda que sem a instituição de metas; já o Brasil tem como meta assumida na COP26, de neutralizar a emissão de carbono até 2050. O governo Lula foi eleito com um programa ambiental comprometido com essa meta estabelecida, assim, é urgente fazer dos lucros da exploração do petróleo, seja pela venda de poços de hoje, seja pela produção de derivados, a potência necessária para junto à Petrobrás fazer do Brasil um exemplo para o mundo quando se falar em bioeconomia e desenvolvimento sustentável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *