Em concordância com manifesto de entidades pela retomada dos empregos da indústria naval, Lula fala de compromisso com a construção de navios no Brasil
Durante lançamento da maior obra de dragagem da Baía de Guanabara, na cidade de Niterói (RJ), o Presidente Lula falou de “políticas de incentivo, para retomar a indústria naval brasileira”. Acompanhado de membros do governo federal, além de autoridades do estado do Rio de Janeiro e da iniciativa privada, na comitiva também estavam representantes dos trabalhadores da indústria pesada, metalúrgicos e petroleiros ligados à Federação Única dos Petroleiros.
No discurso realizado nesse evento que prevê um aumento de mais 30% nas atracações e nos serviços portuários, gerando próximo de 20 mil empregos diretos e indiretos naquela região, o Presidente afirmou que “precisamos de políticas de incentivo, que têm de partir do governo federal. No meu governo passado, a gente financiou rede, financiou barco. A gente tem que voltar a financiar”, defendeu Lula.
Manifesto pela retomada da indústria naval
A afirmação do chefe do Poder Executivo brasileiro reforça o manifesto anunciado dias antes, por entidades que compõe a Frente Parlamentar de Acompanhamento da Instalação do Polo Gaslub. No final de março estas organizações se reuniram para lançar um documento intitulado “Manifesto em Defesa da Indústria Naval e de Petróleo e Gás”, requerendo entre outros pontos mudanças na legislação que promovam maior concorrência em licitações, visando propiciar a construção de navios em território nacional, gerando empregos locais.
O manifesto requer também a formação de um grupo de trabalho para encaminhar um Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo à Exploração e Produção, isso para estimular a produção de barcos em estaleiros brasileiros, através de investimentos do BNDES, o que pode beneficiar diretamente estados como Pernambuco.
Industria naval em Pernambuco
O projeto de ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, com a construção do Trem 2, retoma o impulso econômico do porto de Suape. Junto à previsão de entrega das obras até 2028, está a geração de 30 mil empregos e o estímulo citado pelo próprio Lula durante evento de retomada das obras na refinaria, “Em três anos, ainda vamos ter muita coisa boa acontecendo… O ano passado foi de recuperação, mas este ano será de colheita, e a primeira é a Refinaria Abreu e Lima”, disse o Presidente.
Essa promessa remete a esperança de ver negócios como o Estaleiro Atlantico Sul (EAS) e empresas auxiliares assumindo protagonismo nesse novo momento da indústria naval do Brasil. O governo federal no início de 2024 anunciou aportes de R$ 2 bilhões do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para a volta da produção nacional de embarcações, a Petrobrás fala que recursos via FMM “podem ser aplicados com grande potencial, assim como atualmente tem a aplicação direta para a construção de embarcações, como por exemplo as embarcações de apoio”, disse a estatal em nota sobre o assunto.
A atividade do EAS no Complexo Industrial e Portuário de Suape demanda mão de obra intensiva e com as encomendas para reparos de navios e as demandas da oficina, o EAS voltou a capacitar mão de obra local. Há um grupo fixo de funcionários, mas a maioria dos trabalhadores ingressam com contratos temporários, agora, com o aquecimento da indústria naval brasileira se espera que Suape volte a ser um grande polo gerador de empregos.