Bate-papo com Thiago Gomes: Negociações do ACT Copergás rumo ao Estado de Greve
Bate-papo com Thiago Gomes: Negociações do ACT Copergás rumo ao Estado de Greve
Como você enxerga este momento de negociação do Acordo Coletivo?
Thiago Gomes: Entendo que o acordo coletivo de trabalho é uma oportunidade de buscar melhores relações de trabalho, é o momento de tentar corrigir o que está encomendando e trazer equidade entre trabalho e capital. Acredito que desta forma tendemos a ter relações mais harmoniosas e produtivas.
Recentemente a gestão da empresa anunciou o corte de conquistas da categoria como auxílio escola e atividade física. O que você pensa sobre isto?
TG: Há quem aceite vale tudo nas relações de trabalho. Como o abuso de poder econômico, ao passo que não se ver problemas em cortar benefícios construídos historicamente, ficando clara a tentativa de coagir os trabalhadores a aceitarem acordos rebaixados. Por mais que se queira florear os fatos, só demonstra a verdadeira face da gestão que temos. Esse tipo de postura que traz muito mais prejuízos que benefícios, é bastante sintomático de uma gestão com pessoas distanciada e que enxerga os indivíduos que efetivamente constrói a empresa como passíveis de ataques, expondo uma forma de lidar com os trabalhadores que não apenas os adoece, cria cicatrizes difíceis de curar.
Há justificativa para os argumentos desses cortes, vindos da empresa?
TG: A suspensão dos pagamentos de benefícios eventualmente pode até ser considerada legal, do ponto de vista jurídico, mas está muito distante de ser justo com quem escolhe dedicar as melhores horas do dia na construção desta empresa, já não são poucos os casos de pedidos de demissão e denúncias aos órgãos de medição.
Qual seria a saída?
TG: Buscamos respeitar o momento de transição que a empresa estava passando, com a mudança do Diretor Presidente, até pela relevância do tema não poderia ser tratado a margem da nova indicação do sócio majoritário, que é o Governo do Estado, mas que em nossa visão, parte da diretoria não teve a mesma postura enquanto tentou se oportunizar deste breve espaço de tempo, quando tivemos o encaminhamento unilateral à revelia da mesa de negociação, ao anunciar a suspensão de benefícios como o reembolso da escola, mas não somos nós que temos que julgar esse tipo de postura. Porém, ao mesmo tempo, nos obriga a responder de forma proporcional com uma assembleia de Estado de Greve, até porque existe o entendimento da mesa de negociação pela manutenção do acordo enquanto perdurasse a negociação, e que não tivemos nem um diálogo que apontasse pela revogação deste entendimento.
Mas o fato é que, sempre acreditamos no processo de diálogo, por entender que o atrito é fruto da incapacidade de conversar e ter empatia, estou certo que o bom senso irá prevalecer e não tenhamos que escalar para uma greve propriamente dita.