Cumplicidade que Mata!
Terceirização e desmonte causam morte de trabalhador na Rnest. Responsabilidade é de quem pensa, mas também de quem aplica essa política
Mais uma triste marca da política de desmontes sobre a Petrobrás. O instrumentista, Audo Alves da Hora, da empresa terceirizada QWS, morreu nesta segunda-feira (28), no local de trabalho após ser atingido, durante a abertura de uma válvula de alta pressão de ar comprimido, que jogou o técnico sobre os instrumentos de trabalho. Audo prestava serviços na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) há seis meses.
A mistura perigosa de corte de investimentos, precarização das condições trabalhistas (terceirização) e descaso com a segurança no trabalho, produz resultados nefastos como esse. Estudo do Dieese indica que a terceirização além de piores condições de trabalho e salários, potencializa os riscos de acidentes de trabalho, a cada 10 vítimas de acidentes de trabalho, oito profissionais são terceirizados. No caso da Petrobrás, o estudo usa como parâmetro dados de 1995 até 2018, em que o sistema registrou a morte de 377 trabalhadores, sendo que destes 307 eram terceirizados, 81%.
O Sindipetro PE/PB irá participar da comissão de investigação do caso e já se sabe que durante o ocorrido não houve qualquer explosão e que se deu na Casa de Força (Cafor). Antes disso, a entidade buscou adiar a parada da refinaria que só se deu entre os meses de agosto e setembro, além de ter solicitado o aumento do prazo para que os reparos e inspeções nos equipamentos, previstos em Normas Reguladoras, fossem feitos em tempo adequado.
Funcionários não são meras peças de reposição. Tem nome, endereço, relações, famílias; o caso de Aldo não deve ser tratado como um caso isolado. Desinvestimento traz precarização, que traz risco no trabalho e isso deve ser repudiado. O Sindicato dos Petroleiros manifesta toda solidariedade e lamento junto aos companheiros de trabalho, amigos e familiares.
– AUDO ALVES DA HORA, PRESENTE!