Em defesa da PBio, em defesa da Petrobrás
Texto: André Justino
Imagens: João Lucas Gama
A mobilização nacional nesse Dia de Luta em Defesa da PBio, chamado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e articulada na Refinaria Abreu e Lima (RNEST) pelo Sindipetro PEPB, na manhã desta segunda-feira, deu início às manifestações que continuarão na manhã da terça (25). O sentimento é de que o governo e a administração da Petrobrás estão mexendo em um enorme formigueiro, com a venda da subsidiária, Petrobrás Biocombustível – localizadas nos municípios de Montes Claros (MG) e Candeias (BA).
Na ação de hoje, os trabalhadores de turno da RNEST se concentraram na portaria de acesso à refinaria e debateram o cenário dessa mobilização, representando a continuidade do desmonte da empresa através da entrega de “fatias” para grupos do capital estrangeiro. Situação que, não de hoje, gera desemprego, medo e insegurança quanto ao futuro; daí os motivos necessários do exercício da unidade contra a privatização.
Na ocasião do ato dos petroleiros pernambucanos, o Sindipetro PEPB convidou um ex-petroleiro, José Almeida, que teve sua carteira de trabalho assinada pela primeira vez em 1983, pela Petrobrás, sendo desligado pelo governo Collor e sendo reintegrado por meio de decisão judicial, que foi cassada posteriormente e mais uma vez demitido em 2010. Almeida, sempre reunido com o sindicalismo petroleiro, passou por três subsidiárias e pode hoje com 54 anos de idade, ser um exemplo do triste futuro de muitos funcionários, que não acreditam que possam ser alcançados pelo fantasma da demissão. Ele mesmo, além de requerer uma ajuda pela indicação por uma nova colocação no mercado de trabalho, reforça entre os funcionários a importância do envolvimento na luta em defesa da Petrobrás, pela garantia dos direitos e dos empregos.
Este é o quinto dia de greve na Petrobrás Biocombustível (PBio). O movimento já paralisou ambas as usinas desde a sexta-feira (21), denunciando a falta de boa vontade negocial dos gestores da empresa frente as pautas dos trabalhadores, como a garantia de efetivos mínimos e cotas de produção. “A greve segue por tempo indeterminado e conta com 100% de adesão nas áreas operacionais, incluindo todos os supervisores das usinas”, informa a FUP em seu site. A federação aponta ainda que “80% dos trabalhadores sem funções gerenciais também participam da paralisação”.
Amanhã (25), será realizado um tuitaço puxado pelos petroleiros e movimentos sociais com as tags #EuApoioGrevePBio #PetrobrasParaOsBrasileiros #SustentabilidadeNãoSeVende. Ainda na terça-feira, um novo ato de apoio à greve será realizado em Pernambuco, desta vez no Terminal Aquaviário de Suape.