Greve petroleira na Petrobras questiona dividendos e cobra redução de preços dos combustíveis nas bombas
Greve petroleira na Petrobras questiona dividendos e cobra redução de preços dos combustíveis nas bombas
Petroleiros realizam assembleias com indicativo de greve para os dias 29 e 30 de maio
Sindicatos petroleiros realizam nesta semana uma maratona de assembleias para a aprovação de uma greve de advertência da categoria por dois dias, cobrando uma mudança de postura da administração da Petrobrás que tem posto em prática uma política de austeridade na empresa, em que os trabalhadores são duramente afetados. Por outro lado, tem dado continuidade a uma lógica administrativa que garante dividendos bilionários para os acionistas.
Situação que tem gerado enorme desconforto entre os trabalhadores e setores da sociedade civil que guardam a expectativa de que a Petrobrás assuma na prática a condição de empresa pública, com objetivo de servir ao desenvolvimento do país e não mera geradora de lucro privado a partir da produção de petróleo.
Preço na distribuição e impacto da privatização
O impacto dessa contradição também é visto nos postos de combustíveis, sendo questionado inclusive pela presidenta da estatal, Magda Chambriard, que apesar da regular redução de preços da gasolina, 9% desde janeiro de 2023 e do diesel, acumulando R$ 0,45 por litro, desde abril desse ano, isso não tem sido percebido pelos consumidores nas bombas. Pelo contrário, dados do Ministério de Minas e Energia (MME) indicam que a margem de lucro das distribuidoras e postos de combustíveis cresceu pelo menos 10%. Situação proporcionada pela privatização da BR Distribuidora, hoje Vibra Energia, em 2019.
Mudança de curso na Petrobrás
Com um lucro líquido orçado em R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, desempenho que equivale a 95,9% de todo o lucro acumulado no ano passado, uma política de cortes de gastos, frente a um cenário internacional de queda no preço do petróleo, deve observar primeiro a reversão da política de distribuição de dividendos. Garantindo, a partir daí, a retomada prática dos investimentos na infraestrutura do setor energético e valorização da força de trabalho.
A greve de advertência da categoria petroleira observa, isso e mais, pressionar a empresa a negociar pautas represadas com os trabalhadores, como: um acordo para as regras de teletrabalho, a recomposição da remuneração variável dos trabalhadores da Petrobrás, recomposição dos efetivos, a adoção de medidas para garantir a segurança nas operações da empresa e uma solução para os equacionamentos da Petros.