OFFSHORE DO GUEDES: Malandro é malandro, mané é mané!
A divulgação dos Pandora Papers através do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), no último domingo (3), trouxe um escândalo para a combalida economia brasileira. O ministro da economia e o presidente do Banco Central, Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, ambos estão inclusos na listagem de proprietários de empresas/contas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Até aí sem maiores problemas. Mas o fato passa a ser escandaloso quando se verifica que o patrimônio de ambos cresceu 38% desde que assumiram seus cargos no governo Bolsonaro.
Ter capital investido em offshore não é crime, desde que seja declarado ao Banco Central. Já usar paraísos fiscais para guardar esse capital é passivo de questionamento, visto que são invariavelmente usados para ocultar ou atrasar o pagamento de tributação para o país de origem. Paulo Guedes, como ministro de Estado, só deveria saber que é “vedado o investimento em bens, cujo valor possa ser afetado por decisão política governamental… em razão do cargo ou função”. Esse texto é do 5º parágrafo do Código de Conduta da Alta Administração Federal.
As informações trazidas pela Revista Piauí, destacam que o presidente do Banco Central do Brasil só fechou sua offshore em agosto de 2020, já a empresa/conta do ministro da economia segue ativa tendo como sócias a esposa e a filha.
Conflito de interesses
O dilema exposto no Código de Conduta da Alta Administração Federal surge na medida em que depreciação da moeda nacional e outros mecanismos econômicos são ações da gestão financeira do governo, que até o momento estão fazendo o Real bater R$ 5,368, por cada Dólar. O Real é a 7ª moeda que mais se desvalorizou no mundo só em 2021, enquanto no ano passado essa marca ficou em 6ª posição. Real fraco e Dólar valorizado significa maiores lucros para quem investe na moeda americana, afinal de contas malando é malandro e mané é mané.
Enquanto a malandragem lucra, a renda do trabalhador brasileiro encolhe quase 20%, chegando a corroídos R$ 1.905 em média, com uma inflação que não custa em chegar na casa dos 10%. Esse capitalismo do Paulo Guedes empobrece o povo brasileiro em aumenta o abismo das desigualdades econômicas do país.
Combustíveis
Enquanto Guedes lucra em dólar, com a pobreza do Brasil, ele já sinaliza nova investida contra a Petrobrás. Visto que os incessantes aumentos nos preços dos combustíveis jogam por terra a desculpa do valor do ICMS como fantasma do encarecimento do gás de cozinha, gasolina e diesel, pois o imposto continua o mesmo e o que vêm crescendo é o preço das refinarias, o ministro ataca o “modelo estatizante” da Petrobrás como “maior culpado” da instabilidade de preços.
Na visão do “Posto Ipiranga” do governo federal, o rumo do setor petroleiro do Brasil deve ser a privatização para que os preços dos combustíveis no país fossem realmente de mercado.