Transição Energética Justa: por uma defesa consequente do meio ambiente
A crise climática deixou de ser uma retórica na disputa do modelo de sociedade para se tornar uma pauta incontestável sobre o futuro do planeta. A tragédia do Rio Grande do Sul traz para perto da população brasileira a experiência de povos asiáticos que sofrem com abalos sísmicos e tsunamis; dos povos do mar caribenho, que convivem com tempestades e furacões; e os europeus que sofrem ano após ano com verões perigosamente mais quentes. Em todos esses fenômenos, nas várias partes do mundo, a parcela da população mais pobre é a mais atingida, seja perdendo o pouco que têm ou perdendo até a vida. Por isso, tratar da defesa do meio ambiente e do ecossistema exige um processo social que equalize a descarbonização da economia, aliada à justiça social.
A Federação Única dos Petroleiros realiza um seminário onde participam dirigentes do Sindipetro PE/PB e que inicia nesse Dia Internacional do Meio Ambiente, 5 de junho, para discutir os efeitos da transição climática no Brasil, em especial a transição energética no setor petróleo e gás. Compreendendo que seguirá alta a demanda global por petróleo nas próximas décadas, mas que dado o contexto de “emergência”, a de ser considerado que as decisões políticas dos governos para o mercado petrolífero devem ser geridas com responsabilidade sócio/ambiental. Desacelerando a ciranda lucrativa do mercado e acionistas, em nome da aceleração dos investimentos para geração de energia limpa e reparação social com os que na história recente sofreram com a exploração capitalista do planeta.
Transição justa, um caminho razoável
A transição justa é a principal bandeira de ação diante da crise climática e o seu enfrentamento. Se a intenção é dimensionar uma justiça climática, diante da crise, é necessário compreender que quem mais lucrou com a exploração do petróleo deve pagar mais por essa descarbonização econômica. É impossível que países pouco ou nada industrializados sejam equiparados nesse processo de esforços com as nações que ergueram a sua economia industrial na substituição do carvão mineral pelo petróleo.
Não mude o clima, mude o sistema
A pobreza, a fome e o desemprego, potencializados pela destruição do meio ambiente são mazelas que o capitalismo deixa marcado permanente no planeta. Os ricos podem pagar por proteção contra os impactos da desertificação, enchentes e a poluição, consequências das mudanças climáticas. Já à Classe Trabalhadora, resta defender outro modelo socioeconômico para enfrentar a ganância capitalista e lutar por sobrevivência.
Compreendendo o sistema capitalista com incontrolável e que por isso não irá se adaptar as exigências e limites da natureza, pelo contrário, os “homens de negócios” irão enxergar em “cases da crise climática”, a exemplo do Rio Grande do Sul, novas oportunidades seguir acumulando lucros; cabe a tarefa histórica à classe social antagônica, a Classe Trabalhadora, recorrer aos meios da luta de classes para defender o meio ambiente e a si própria.