Em visita a PE, dirigentes da FUP dialogam com trabalhadores e visitam as iniciativas solidárias apoiadas pelos petroleiros

Texto: João Lucas Gama
Fotos: João Lucas Gama e Larissa Brainer (MTST)

Deyvid Bacelar, Sérgio Borges e Cibele Vieira, coordenador e dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), têm realizado atividades junto às bases de Pernambuco desde a noite da última terça-feira (8). Com agenda intensa, os sindicalistas participaram, desde então, de duas setoriais sindicais com os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e visitaram os projetos solidários dos movimentos sociais que tem contado com o apoio da federação e do Sindipetro PEPB.

Nesta quarta-feira, o dia foi iniciado com uma conversa entre os dirigentes da FUP e os trabalhadores de turno da RNEST. Esta é a segunda setorial do gênero realizada desde a chegada dos visitantes, que têm debatido sobre temas como as vendas de ativos atualmente em curso no Sistema Petrobrás, bem como as punições indevidas e práticas antissindicais aplicadas às lideranças do movimento de representação dos trabalhadores, além da importância da participação da categoria nas eleições para o Conselho Fiscal e o Conselho Deliberativo da Petros (que acontecem entre os dias 14 e 28 junho) e o apoio à chapa Juntos pela Petros, que concorrem respectivamente pelos números 43 e 53.

Foto: Larissa Brainer (MTST)

Após a conversa com os trabalhadores, os petroleiros visitaram as iniciativas e projetos dos movimentos sociais que têm distribuído alimento durante o período de calamidade pública decorrente da pandemia do Covid-19. Foram realizadas visitas à ocupação da Cozinha Solidária do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), localizado na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre (Zona Oeste do Recife), que desde o dia 17 de maio tem distribuído alimento para a população em estado de vulnerabilidade social e que tem sofrido com o agravamento da fome. A iniciativa do movimento tem sido apoiada pelo Sindipetro PEPB e pela FUP desde os primeiros dias da ocupação, através do subsídio de botijões de gás de cozinha, o que possibilitou a distribuição de mais de 4 mil refeições.

“A gente precisa desse produto para cozinhar. Essa é nossa atividade principal aqui, então essa ação impactando diretamente a comunidade e o nosso trabalho”, diz Gabriel Frias, um dos organizadores da Cozinha Solidária da Vila Santa Luzia. “Nós cozinhamos para a classe trabalhadora”, continua, “essas doações impactam também a vida de quem ali se alimenta e que não pode ficar à mercê do alto valor aplicado ao produto pela atual política de preços da Petrobrás”.

Após a distribuição das quentinhas na Cozinha do MTST, os representantes da FUP se dirigiram ao Armazém do Campo, onde acompanharam a distribuição das Marmitas Solidárias, desenvolvida pelo Projeto Mãos Solidárias – desenvolvido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Arquidiocese de Olinda e Recife, Unificados Pelo Povo em Situação de Rua (grupo que reúne nove ONG’s), além da Frente Brasil Popular e representantes sindicais – que desde 17 de março de 2020 tem distribuído alimento às pessoas em situação de rua do centro do Recife e demais localidades mais atingidas pela crise econômica e pela carestia de alimentos, ambas decorrentes da condução da pandemia pelo Governo Federal.

O projeto em questão veio em resposta, incialmente, ao crescimento da população de rua dos bairros do centro do Recife, como explica Maria Eduarda, integrante da Pastoral da Juventude Rural e Coordenadora do Projeto Mãos Solidárias em Recife. “Com o aumento do desemprego, as pessoas estavam em maior situação de vulnerabilidade; então a gente começou a distribuir marmitas no Armazém do Campo”. O projeto que iniciou com 50 marmitas, passou a distribuir mais de 600 diariamente e, até o fechamento desta matéria, o projeto já superava a marca de 600 mil refeições distribuídas.

Outras ações também têm sido realizadas pelo Projeto Mãos Solidárias, como as Cozinhas Solidárias, que organizam as populações locais para o preparo de alimentos produzidos pela reforma agrária, que chegam à Região Metropolitana através de doações das famílias assentadas em ocupações do MST. “Eu acho que essa ação é primordial nesse momento”, diz Maria Eduarda, “levando em conta que o Estado não está cumprindo o seu papel em atender essas famílias e garantir a dignidade de ter as três refeições diárias, o Marmita Solidária não vem só para levar comida ao povo, mas comida de qualidade, orgânica e produzida de maneira agroecológica pela agricultura familiar”.

As doações de botijões de gás ao Projeto Mãos Solidárias também tem sido uma ferramenta de apoio do Sindipetro e da FUP que, desde março do ano passado, já doaram mais de 400 botijões de gás. “Essa é a matéria prima para se poder fazer a elaboração das marmitas” diz Luiz Lourenzon, Secretário de Administração do Sindipetro PEPB, que também contribui voluntariamente com as ações de distribuição de alimentos. “É o povo cuidando do povo, defendendo o SUS e matando a fome”, complementa Maria Eduarda, traduzindo em poucas palavras a única resposta possível ao processo social e econômico que o jornalista Miguel Breyton chamou de A Grande Fome do Brasil, onde 3 em cada 4 famílias brasileiras enfrentaram algum grau de insegurança alimentar entre os meses de agosto e dezembro de 2020, como aponta estudo desenvolvido pela Universidade Livre de Berlim e publicado em abril deste ano; “é isso que a gente quer hoje, vacina no braço e comida no prato”, conclui ela.

Agenda

Novas setoriais acontecerão junto à categoria em Pernambuco. Os encontros estão marcados para a quinta-feira (10) e serão realizados às 7h no Terminal Aquaviário de Suape (TA Suape) e às 19h na Refinaria Abreu e Lima (RNEST).

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