Candidato ao CD da Petros debate Gáspreve e planos de investimento
Texto: João Lucas Gama
“Normalmente eu só ouvia falar dos candidatos e não os conhecia e, quando a gente vai ver [a campanha] fica muito focada só nos Planos Petros, PPSP e por aí vai, enquanto a fundação administra hoje 39 planos”, enfatizou Rafael Crespo – candidato ao Conselho Deliberativo da Petros (pelo número 53) – no encontro com os trabalhadores de regime próprio da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) que estão no plano Gáspreve. O evento aconteceu de maneira remota (através da plataforma Google Meet), as 19h30 da quinta-feira (20). Na ocasião, os presentes puderam tirar dúvidas, além de debater as ideias e propostas da chapa Juntos pela Petros, que também concorre ao Conselho Fiscal, encabeçada por Felipe Grubba (número 43).
“O conselheiro que será eleito, não irá representar apenas os trabalhadores da Petrobrás, mas de todos os planos [administrados pela Petros]”, disse Rafael Crespo no início de sua exposição. O candidato tratou especificamente do plano Gáspreve, que atende, em média, a 600 trabalhadores, entre eles, trabalhadores de regime próprio da Copergás. “Esse é um público que precisa ser ouvido e ter suas vontades e dúvidas também atendidas, não só durante a campanha, mas também caso venha a ser eleito”.
O debate
Uma das primeiras perguntas levantadas durante o encontro dizia respeito à forma de aplicação das carteiras de investimento dos planos de previdência complementar geridos pela Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros). O petroleiro explicou que cada plano funciona de maneira segregada um do outro; ou seja, as carteiras de investimento de um plano não podem ser cruzadas, o que impede que os valores aplicados se misturem. A finalidade dessa forma de aplicação das quantias é evitar que haja alguma espécie de custeio cruzado ou, em termos mais gerais, que um plano de previdência (como o Petros 2) venha a financiar outro (como o Gáspreve).
“Em relação aos investimentos, eles são bem separados por lei”, garante Rafael, chamando atenção também ao fato de que as regras de aplicação financeira de cada plano impedem cruzamentos entre eles. “De qualquer modo”, pontua, “essa é uma fiscalização que precisa ser feita para poder evitar qualquer tipo de impacto que possa ser causado em qualquer um dos 39 planos; precisamos nos dedicar a essa questão, pois estamos falando não só do nosso dinheiro, mas também do futuro das nossas famílias”, afirmou o candidato ao Conselho Deliberativo, que acredita não haver espaço para erros nesse quesito.
Outro ponto de destaque no debate, foi referente à transparência dos investimentos feitos pela Petros. “A gente não sabe onde o nosso dinheiro está aplicado; até temos como saber, só que é tão complicado e as informações são tão truncadas, que você não consegue entender”, criticou. “A Petros tem dinheiro investido em vários aeroportos e estádios de futebol, por exemplo, então o que a gente precisa saber é onde esse dinheiro está e em quais empresas temos investimentos, de modo que a gente possa incentivar também o nosso consumo”.
É nesse sentido que caminha uma das propostas da chapa: aumentar o grau de transparência dos investimentos financeiros realizados com o dinheiro dos trabalhadores e buscar maneiras simplificadas de apresentar essas informações, possibilitando que ela seja compreendida pelos contribuintes das respectivas carteiras de investimentos.
Sobre o Conselho Deliberativo
O CD da Petros é a maior instância de tomada de decisão da Fundação Petrobrás de Seguridade Social. O conselho é composto, ao todo, por seis membros, três deles indicados pelas empresas, e três democraticamente eleitos pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras (participantes e assistidos/as), de modo que a escolha de quadros comprometidos com as lutas daqueles e daquelas que financiam os planos de previdência complementares é fundamental para garantir a integridade e a defesa dos fundos de pensão.
Conheça os candidatos
Rafael Crespo tem 34 anos, 15 deles dedicados à Petrobrás, onde atua como técnico de suprimento. Natural do estado do Rio de Janeiro, foi dirigente sindical do Sindipetro NF, onde coordenou o Departamento de Comunicação da entidade. Disputa o cargo de Conselheiro Deliberativo pelo número 53.
Felipe Grubba é paulista, trabalha como assistente administrativo da Transpetro e é dirigente do Sindipetro Unificado SP. Atualmente, ele também concorre ao Conselho Fiscal pelo número 43.
Ambos os candidatos integram a chapa Juntos Pela Petros, apoiada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Você pode conhecer mais sobre as propostas e ideias dos candidatos através do Twitter, Facebook e Instagram da campanha.
Sobre as eleições
Estas acontecerão entre os dias 14 e 28 junho. As votações poderão ser feitas pelo telefone, portal ou aplicativo da Petros.