O Sindipetro PE/PB é o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Gás Natural dos Estados de Pernambuco e Paraíba, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A entidade sindical busca amparar a força de trabalho do setor e empenha esforços de mobilização social e política a favor da dignidade das trabalhadoras e trabalhadores, do desenvolvimento industrial sustentável através de uma transição energética justa e da soberania nacional.

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Petroleiros estudam o cenário atual da luta em defesa da Petrobrás

Na Continuidade do congresso dos petroleiros de Pernambuco, Paraíba e São Paulo, o foco se deu no estudo da evolução da Petrobrás enquanto empresa pública e estratégica para a identidade do Brasil no panorama geopolítico internacional. Com maior destaque para as causas e consequências do auge de investimento e expansão da estatal nos primeiros 15 anos deste século 21 e o declínio vertiginoso sofrido pela empresa depois de 2016.

Para facilitar os trabalhos, os sindicatos convidaram Henrique Jager, do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP) e Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ambos se debruçaram em dados que estratificam os cenários políticos e econômicos da Petrobrás, além de seus impactos sobre a massa de trabalhadores empregados na produção de petróleo e derivados, além do panorama político do país.

“O cenário hoje da empresa é muito diferente dos anos em que o Lula e a Dilma estiveram à frente do país e que houve uma nítida e inegável retomada estratégica pelo investimento na Petrobrás, balizando a busca pelos 100% de ativos públicos. No governo de FHC esse índice era de 40% dos ativos, com o governo petista chegou à 60% e hoje despencamos para 36%. Privatização tornou-se a regra e a tarefa de agora é mediar, pois não vai ser fácil, a construção de mecanismos para a reversão desses dados”, sintetiza Janger.

A conclusão que se tira diante dos dados apresentados é de que a estratégia pelo golpe, que depôs a presidenta Dilma em 2016 teve a influência de interesses geopolíticos do mercado internacional do petróleo. A espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) sobre o Brasil, exposta por Edward Snowder, analista de sistemas e ex-funcionário da NSA, que em 2013 tornou públicos detalhes de um sistema de vigilância global estadunidense, entre estes com interceptações telefônicas ilegais da ex presidenta do Brasil, foi parte do operativo que aqui influenciou a operação Lava Jato, liderada pelo ex juiz Sérgio Moro e procuradores da república, que provocou o desmonte da imagem e estrutura da Petrobrás, freando o empenho governamental pela sua expansão no mercado externo de exploração de petróleo.

Trabalho na Petrobrás

Cloviomar, afirma que “grandes mudanças se apresentam para a Petrobrás com o processo de privatização. Os maiores deles são a ampliação do protagonismo das petroleiras estrangeiras na exploração do petróleo em águas brasileiras, assumindo maior controle na produção e o avanço do volume de acionistas privados, diminuindo os ativos públicos”. Isso impacta diretamente qualidade e quantidade dos postos de trabalho entre as categorias petroleiras.

Os dados apresentados indicam o fluxo de empregos gerados com o crescimento e depois o refluxo desse movimento, ambas as circunstâncias balizadas por diferentes estratégias de diferentes governos. Em 2002 o volume de força de trabalho empregado no sistema Petrobrás era de 38 mil trabalhadores, número que foi gradativamente ampliado com a troca de governo e gestão empresarial, chegando à 86 mil empregados no ano de 2012 e voltando a decair depois do golpe institucional, para 49 mil trabalhadores em 2020. Números de empregos que tende a diminuir na medida em que o setor privado avança sobre os ativos da empresa.

Um dos efeitos da redução de trabalhadores está na concentração regional da Petrobrás, onde de 2013 até 2020 houve uma queda radical no número de empregados, com destaque para a região Nordeste, que chega segundo os dados do Dieese, a uma diminuição de 65% na sua força de trabalho.

Retomar a agenda da Petrobrás 100% pública

A exposição conclui que em nome da estratégia de país, autônomo em sua geração de energia e em condições para projetar um futuro com independência, sustentando assim uma mudança na matriz energética, por outra, limpa e com menos dependência do carbono, é necessário que o Estado brasileiro se debruce na reversão das privatizações, inclusive sobre os campos de exploração de óleo no Pré-sal e ampliação da cobertura estatal sobre os ativos da empresa. Essa agenda pela retomada do protagonismo público da empresa visa retomar a Petrobrás como um dos agentes de desenvolvimento econômico e social do país. Gerando empregos, renda, prestígio no mercado internacional e soberania energética.

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