Petroleiros do TA-Suape e RNEST protestam contra privatização da Lubnor
Mobilização ocorreu na manhã da terça-feira (27) e foi pauta de manifestações em diversas bases do Sistema Petrobrás em todo o país. Os petroleiros protestam contra o processo de privatização da Refinaria de Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), localizada no estado do Ceará, o que desencadeou a realização de uma greve da categoria lá. Aqui em Pernambuco, as bases do Terminal Aquaviário Transpetro, em SUAPE e da Refinaria Abreu e Lima se mobilizaram nas primeiras horas da terça para somar na manifestação nacional contra a venda da Lubnor e em solidariedade a resistência dos petroleiros cearenses.
Os atos aqui foram articulados pela direção do Sindipetro PE/PB, em articulação nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e expôs a arbitrariedade do processo dessa venda. A Lubnor teve a venda permitida depois da autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) na semana passada, para a Grepar Participações, mas com condições para a conclusão do processo, dentre eles a assinatura de um ACC (Acordo em Controle de Concentração), porque a holding também opera na distribuição de derivados produzidos pela refinaria, o que poderia resultar em práticas anticompetitivas.
A FUP e o Sindipetro CE/PI protestam contra a privatização, pois além de irregularidades econômicas com a criação de um monopólio e a venda abaixo do valor da planta, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) o valor pago corresponde a apenas 55% do valor real da refinaria. Ainda há problemas de ordem administrativas pois existem problemas fundiários com a Prefeitura de Fortaleza, que também questionou essa venda.
Não à privatização da Lubnor!
Para os sindicatos petroleiros essa privatização representa o espólio do desmonte da Petrobrás orquestrado pelo governo Bolsonaro, pois esse processo se dá desde 2019 em combinação com a política de desinvestimento e privatização dos ativos da Petrobrás, programado na administração passada da empresa sob coordenação do governo anterior.
O momento agora é outro, sob uma nova orientação na política econômica do país, onde o Presidente da República sinalizou ao presidente Jean Paul Prates que “é preciso suspender todas as vendas de ativos”. Porém, o CADE, composto ainda de conselheiros indicados pela ex-governança bolsonarista, segue aproveitando-se dos espólios da política de desmonte derrotada nas urnas em 2023.
A greve dos petroleiros cearenses é justa e a realidade dos preços de derivados de petróleo no Rio Grande do Norte e Bahia provam isso, oferecendo aos consumidores desses estados os combustíveis mais caros do Brasil, por terem suas plantas de refinarias privatizadas.