O Sindipetro PE/PB é o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Gás Natural dos Estados de Pernambuco e Paraíba, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A entidade sindical busca amparar a força de trabalho do setor e empenha esforços de mobilização social e política a favor da dignidade das trabalhadoras e trabalhadores, do desenvolvimento industrial sustentável através de uma transição energética justa e da soberania nacional.

Sindipetro PE/PB
Economia

Petrobras aumenta produção de fertilizantes contra guerra tarifária do Trump

Petrobras aumenta produção de fertilizantes contra guerra tarifária do Trump

Em reunião com o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), nesta terça-feira (22), na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, reforçou a capacidade da estatal brasileira em suprir 35% da demanda nacional por fertilizantes à base de ureia até 2028.

Diante do aumento das tarifas para taxar em 50% as exportações brasileiras, anunciados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partir do dia primeiro de agosto, o receio desses impactos se dá também na produção agrícola do país. Não apenas sobre os produtos sabidos, que serão alcançados diretamente com a sobretaxa, mas também o conjunto do agronegócio nacional. O Brasil depende hoje da importação de 85% da ureia utilizada pela agricultura.

Do total de importação desses insumos, o Brasil comprou do mercado estadunidense em 2024 apenas 505,3 mil toneladas de fertilizantes e, até o meio deste ano, são 483 mil toneladas, segundo dados do MDIC. Ao nível de comparação, o Estado brasileiro comprou da Rússia, maior exportador da matéria-prima para o país, em 2023, um total de 8 milhões de toneladas de fertilizantes. Mas, qual o motivo da preocupação, então?

Consequências de um desmonte na indústria petroquímica nacional

O anúncio da presidenta da Petrobras é uma resposta política deste terceiro mandato do presidente Lula, contra o desmonte operado pelos governos anteriores, de Temer e Bolsonaro, que paralisaram as fábricas de fertilizantes da Petrobras e ainda arrendaram as plantas das FAFENs BA e SE para a petroquímica Unigel. Medida que colocou o Brasil em máxima dependência da importação de fertilizantes, mesmo estando o país galgando a marca de maior produtor agrícola do planeta.

Não bastasse a taxação das exportações brasileiras para os Estados Unidos, Trump ameaçou sanções secundárias aos compradores de produtos russos, o que elevou a tensão dos produtores brasileiros e a preocupação do governo.

A saída passa pela Petrobrás

O intervencionismo comercial estadunidense reforça o caráter imperialista e isolacionista do governo Trump, fomentando tensões e guerras pelo mundo. Quem paga com isso são as economias mais frágeis e, por isso, apostar no fortalecimento da indústria nacional, seja da cidade ou do campo, é o caminho para proteger a soberania nacional.

A Petrobrás detém essa capacidade e capilaridade, daí a importância de pautar a disputa pelo orçamento da estatal. Questionar a atual política de distribuição de dividendos e potencializar, além de diversificar os investimentos para garantir alternativas comerciais. Eis um dos caminhos, junto ao fortalecimento ainda maior de laços com parceiros comerciais no mundo, por meio dos BRICS.