Com Estado de Greve instalado, petroleiros seguem articulações da Campanha Salarial
Com Estado de Greve instalado, petroleiros seguem articulações da Campanha Salarial
Diante das dificuldades encontradas na mesa de negociações do Acordo Coletivo de Trabalho e pela política deliberada de esvaziamento dos espaços de negociação coletiva, a direção nacional da categoria petroleira, ligada à FUP, foi buscar interlocução direta com o governo federal na busca de apresentar as pautas dos trabalhadores do Sistema Petrobrás e destravar as resistências da administração da empresa.
Na semana passada, a FUP esteve em audiências e reuniões em Brasília com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, além do líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara de Deputados, deputado Lindberg Farias, demandando abertura junto ao governo Lula para avançar nestas negociações.
Em ambas as oportunidades, os dirigentes sindicais atualizaram as autoridades quanto ao Estado de Greve instalado pela categoria petroleira desde o encerramento da última rodada de assembleias, que rejeitou a contraproposta da Petrobras e expôs a inconsistência dos argumentos apresentados pela administração da empresa, para não atender às pautas da campanha salarial. Para a FUP, a alegação da “necessidade de redução de custos” no Sistema não se sustenta, em vista da manutenção de uma política desmedida de distribuição de dividendos extraordinários.
O último resultado apresentado pela Petrobrás destaca um aumento de 23% do lucro líquido comparando-se este trimestre com o último. Até aqui, em 2025, foram liberados para os acionistas 32 bilhões de Reais em dividendos distribuídos, enquanto os trabalhadores seguem sendo negligenciados em suas reivindicações.
Pauta petroleira
A categoria, em retorno depois das mobilizações na Cúpula dos Povos e participação dos debates da Conferência do Clima da ONU, em Belém, no estado do Pará, pautando temas que seguem tendo relevância para os petroleiros, como a transição energética justa, soberana e popular, volta-se às reivindicações por um Acordo Coletivo de Trabalho digno para todas as trabalhadoras e trabalhadores do Sistema.
Segue a centralidade da pressão sobre os gestores da empresa por uma proposta financeira da Petrobrás que resolva e ponha fim aos equacionamentos da Petros (PEDs) e um ACT que pondere a distribuição das riquezas geradas pelos trabalhadores do Sistema, sem arrocho sobre os salários e com condições dignas de trabalho. Petroleiros cobram ainda uma agenda soberana para a Petrobrás, que reveja este “novo modelo de negócios”, termo sofisticado para avançar na agenda de privatizações.
A postura da direção da FUP reflete os resultados das assembleias que colocam os trabalhadores em uma posição de resistência, por isso a instalação do atual Estado de Greve nacional das petroleiras e petroleiros.

