Petroleiros da Abreu e Lima protestam contra os altos preços dos combustíveis e contra a retirada de direitos
Na manhã desta terça-feira (16), os petroleiros e as petroleiras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) realizaram um ato simbólico em frente à unidade. Na ocasião, foi feita uma roda de diálogo entre membros da diretoria executiva do Sindipetro PEPB e trabalhadores e trabalhadoras da base, que debateram sobre os rumos e as formas de construção das lutas da categoria contra o descaso e a precarização sistemática das condições de trabalho na unidade e em protesto aos recentes e sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. A conversa manteve sempre em vista as medidas de prevenção à Covid-19 e o respeito ao decreto do Governo de Pernambuco, que implementará uma nova quarentena rigorosa a partir da quinta-feira (18).
Era por volta das 7h quando as vans chegaram à refinaria, trazendo os petroleiros e as petroleiras para mais um turno de 12h laborais. A maioria dos operadores permaneceram do lado de fora, juntando-se ao ato que havia sido convocado pela direção sindical, em protesto à retirada de direitos e à precarização das condições de trabalho na unidade. A categoria permaneceu na tenda do Sindipetro por aproximadamente 1h30, aproveitando a ocasião para debater sobre os próximos passos e as futuras mobilizações.
Tanto os trabalhadores e as trabalhadoras, quanto à direção do sindicato, têm se mostrado preocupados com o rápido e devastador avanço da segunda onda de contágio do Coronavírus, que já nos tirou 280 mil pessoas; 80 mil delas em menos de três meses – a grande maioria vitimada pela ineficiência daquele que é considerado o pior governo do mundo no combate à Covid-19.
Com greves já instauradas em quatro estados (Bahia, Amazonas, Espírito Santo e São Paulo) e uma outra em processo de negociação (em Minas Gerais), além da instauração de uma nova greve já aprovadas em assembleia pelo Sindipetro PEPB e Sindipetro PR/SC, é consenso de que se faz necessária extrema cautela na construção de uma agenda de lutas e mobilizações. No entanto, a precarização das condições de trabalho e a retirada de direitos na Petrobrás precisam ser combatidas, visto que a estatal deve (por obrigação) possuir um papel de agente garantidora do estado de bem-estar social e que seus funcionários e suas funcionárias são considerados e consideradas uma categoria essencial para o funcionamento das cadeias produtivas do país.
O Sindipetro reitera que as mobilizações e agendas de luta locais serão construídas coletiva e horizontalmente. Em Pernambuco e Paraíba, a greve foi aprovada (por 62% dos votos) no dia 4 de março – após um ciclo de 14 assembleias – e, conforme o edital de convocação das assembleias gerais extraordinárias, será instaurada em data a ser definida pelo sindicato.
Mobilizações externas também vêm sendo construídas, visando pautar o debate público em torno da extinção urgente da política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Na tarde desta terça-feira, representantes da entidade se reunirão no Conselho Deliberativo (CD) da Federação Única dos Petroleiros (FUP) para debater o panorama nacional e construir estratégias unificadas para o movimento sindical petroleiro.