Reuniões temáticas do ACT Petrobras indicam intransigência da administração
Visando instaurar um canal de diálogo para além das mesas de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) até o momento frustradas, as reuniões temáticas entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o setor de Recursos Humanos (RH) da Petrobrás já entram na terceira rodada. No que depende da FUP a intenção nesses espaços é avançar nas pautas reivindicatórias aprovadas no último Plenafup. Eixos como AMS, Banco de Horas, HETT/Tabela de Turno, Teletrabalho e SMS, são alguns dos temas abordados.
Nas reuniões que se dão em formato virtual fica nítida a postura intransigente da administração representada pelo RH da empresa, em adotar uma margem pela negociação. Desconsideram de todas as formas a construção progressiva pela solução do impasse instalado nas duas últimas negociações do ACT.
Os sindicatos fazem uma defesa contundente da AMS em quanto a Petrobrás impõe reajustes desproporcionais, a exemplo dos 25% na tabela de grande risco. São variações de 33% à 928% de reajustes desde 2017 sobre os trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. A administração penaliza os trabalhadores de forma injusta, principalmente quando promove perda salarial, se comparada a proposta de reajuste de 7% contra os mais de 10% da inflação no último período.
Mais itens debatidos até o momento
– Sobre a Tabela de Turno a empresa desconsidera a implementação das tabelas definidas em assembleia, levando ao desgaste das relações trabalhistas nas bases, estimulando dobras e acumulo de horas trabalhadas. Situação que potencializa riscos de acidentes de trabalho.
– Quanto a Hora Extra na Troca de Turno (HETT), apesar dos sindicalistas resgatarem que as divergências se dão há anos e que a Petrobrás já perdeu na justiça ações sobre a HETT, a administração insiste em reduzir 50% do pagamento dessas horas extras.
– Por fim, os trabalhadores administrativos se veem desamparados legalmente sem uma regulamentação interna do Teletrabalho. O RH requer “amadurecimento”, mas sem considerar que a FUP já avançou nesse debate entre esses trabalhadores e condensou isso em uma proposta apresentada à empresa, que demonstra falta de empenho por construir um formato dialogado entre as partes.