Vazamento em gasoduto coloca em risco a vida de trabalhadores na Petrobrás
Um vazamento de gás natural (GN) na quarta-feira (13), no ponto de entrega da Usina Termoelétrica, poderia ter provocado outra tragédia nas instalações do Sistema Petrobras no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca. O incidente ocorreu em um equipamento que trabalha com pressões elevadas, capaz de provocar acidente fatal.
Com a privatização em definitivo dos gasodutos da Transportadora Associada de Gás (TAG), os trabalhadores da Transpetro têm se queixado ao sindicato, pelo aumento da carga de trabalho. Tal como já aponta investigação realizada pelo Ministério Público do Trabalho, no estado da Bahia, pós privatização da RLAM, “a redução de efetivo mínimo nas áreas operacionais implica na intensificação do trabalho em várias unidades e no acúmulo de responsabilidades para as equipes que permaneceram”. Situação que já tem afetado a saúde mental de alguns trabalhadores.
Após a autorização da Suprema Corte do Poder Judiciário, em 2019, a Petrobrás encaminhou a venda dos 90% da sua participação na TAG e no ano seguinte concluiu a privatização, para a Engie Brasil e pelo fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ). De lá para cá o que impera é a incerteza entre os trabalhadores quanto ao futuro das operações. A TAG detém contrato até março de 2022 para operar e administrar o sistema de gasodutos de cerca de 4,5 mil km de extensão, localizados principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e com capacidade instalada de 75 milhões de metros cúbicos por dia. Depois desse prazo o destino destes trabalhadores passa a ser incerto.
Em reunião com a Gerência do Gasoduto no dia 09 de setembro para tratar da transição dos trabalhadores da Transpetro na TAG, o sindicato alertou da preocupação com o risco grave e eminente de acidente no local de trabalho. Incertezas como estas, que dizem respeito ao salário, condições de trabalho e relocações arbitrárias potencializam os riscos para os trabalhadores.