Petrobrás reduz preços de combustíveis; mas, postos mantém alta: eis o preço da privatização
Petrobrás reduz preços de combustíveis; mas, postos mantém alta: eis o preço da privatização
Dados da inflação de maio, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta, que de janeiro até abril, o preço do óleo diesel subiu nos postos 3,2%. No entanto, contraditoriamente, desde 2023, a Petrobrás já acumula redução do preço de venda desse combustível nas refinarias, em 12%.
No início de junho, a empresa anunciou a redução dos preços de venda da gasolina “A”, para as distribuidoras, em 5,6%. Assim, o litro da gasolina passa a ser vendido nas refinarias da Petrobrás, em média, por R$ 2,85. De dezembro de 2022 até hoje, a redução dos preços da gasolina nas refinarias da petroleira é de 17,5%.
No entanto, esse barateamento não foi sentido pelo consumidor final, que segue se queixando legitimamente. Mas, esse mesmo consumidor, seja por desinformação ou conveniência, desconhece esses dados, uma vez que não acompanha a lógica de mercado por trás do preço de cada litro abastecido no carro e até o impacto disso na inflação geral de preços. A Petrobrás não detém o monopólio da venda de diesel no mercado, apesar de ser a principal empresa do setor.
Efeitos da privatização
Depois da política de desmontes operadas pelos governos Temer e Bolsonaro, que freou a capacidade de produção da Petrobrás e privatizou refinarias, além da BR Distribuidora (Vibra); o que resultou em um estouro de preços, fazendo com que o litro de gasolina chegasse entre 8 e 10 Reais, no final do primeiro semestre de 2022, a empresa perdeu a capacidade de reguladora de mercado, enquanto concorrente, que detinha anteriormente.
Com as privatizações no setor de produção e distribuição de combustíveis, as empresas privadas passaram a atuar com maior liberdade para ampliar os lucros. Antes da privatização da BR Distribuidora, essa margem era de aproximadamente 30%. Com o “libera geral” do mercado, esse alcance de margem no lucro saltou para 50%.
O presidente Lula tem criticado, por exemplo, o preço do botijão de gás de cozinha (GLP), vendido no Brasil. Conforme o IBGE, o preço do botijão subiu 1,4%, mas a Petrobras não anunciou nenhuma mudança de preço de venda nesse tipo de gás em 2025.