Margaridas vão à Brasília!
7ª Marcha das Margaridas reúne mulheres de toda a América Latina na capital federal
O mês de agosto é representado nos movimentos sociais e progressistas pela cor lilás, nesse ano de 2023 por celebrar 17 anos da Lei Maria da Penha. Nesse mês, União, estados e municípios devem promover ações de conscientização e esclarecimentos sobre as formas de violência contra as mulheres. Nos dias 15 e 16 serão elas mesmas as protagonistas dessas pautas, durante a realização da 7ª Marcha das Margaridas, realizada no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade, em Brasília (DF). A organização do evento espera a reunião de 100 mil mulheres brasileiras e de outras nacionalidades da América Latina exclamando a luta pela reconstrução do Brasil.
Serão mulheres das águas, das florestas, do campo e da cidade, que no DF farão a culminância de uma série de atividades feitas nos estados e territórios, dialogando com demandas pelo bem viver e em defesa da democracia no país. Essas ações ganharam relevância já na saudação ao dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, em homenagem à rainha Tereza de Benguela, que lutou no século 18 contra a escravidão no Brasil. De julho até a marcha, debates, palestras e reflexões sobre as pautas feministas seguem sendo feitos rumo a esse encontro nacional.
Margarida Alves
A marcha leva o nome de “margaridas” em homenagem à Margarida Alves, sindicalista paraibana, uma das primeiras mulheres a ocupar esse espaço como protagonista no chamado “novo sindicalismo” no país, ainda que sendo no seguimento das trabalhadoras e trabalhadores do campo. Margarida quando criança foi expulsa junto com a família das terras em que moravam, por latifundiários.
À frente do sindicato rural de sua cidade, ela lutou pelo direito de carteira assinada para os trabalhadores rurais, pagamento de 13º salário, educação para as filhas e filhos desses trabalhadores, sendo por isso ameaçada e depois assassinada na porta de sua casa. Um crime que teve repercussão internacional, sendo denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Fazendeiros da região de Alagoa Grande, na Paraíba, foram denunciados e investigados, mas não chegaram a ser incriminados.