Petrobras: caça níquel de dividendos privado ou agente da transformação social brasileira?

A suposta crise pautada nos noticiários desde o início de abril se dá, não por outro motivo, que não a mudança de rota na política estratégica da Petrobrás a partir de 2023. Pouco antes, nos últimos dois anos, a empresa passou a ser bem reconhecida pelo mercado capitalista pelos recordes milionários na margem de lucro e pelo gordo “agraciamento” pago aos acionistas privados da petroleira. Porém, foi exatamente nesses últimos dois anos que o povo brasileiro se viu retornar a índices de desigualdade social, desamparo, desemprego, miséria e fome, só vistos até o final da década de 90 e início dos anos 2000. Uma conta que não fechava.

A Petrobrás, uma empresa estatal, com capacidade de ser a maior indutora da economia do país, havia deixado de exercer esse papel para se comportar como uma mera empresa privada que pela lógica neoliberal existe somente para gerar lucro. Mas, justo por ter a União como maior acionista, é natural que o resultado das eleições 2022 teria de influenciar nesse rumo, a começar por “abrasileirar o preço dos combustíveis”. O presidente Lula e a nova administração da empresa superaram o PPI, que pelas contas atuais da própria Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), coloca o litro da gasolina hoje em patamares de R$ 0,60 mais barato do que estaria o valor do mesmo litro com a política de preços anterior.

Mas para quem enxerga a potência da Petrobrás para além da satisfação de uns investidores privados gringos, política de preços é parte e não o todo da estratégia. E é aqui que o mercado faz hoje uma disputa encarniçada pelos rumos da empresa, um exemplo disso é o objetivo exclusivo dos acionistas pela extração de petróleo, negligenciando a retomada dos investimentos no setor de fertilizantes, biocombustíveis e plantas de refino. Afinal, essas atividades econômicas rendem menos para a empresa, logo, proporcionalmente menos para os dividendos.

Petrobrás para o Brasil

Os resultados atuais da petroleira reforçam sua solidez e eficiência financeira. Em meio à pressão do mercado, será pago o 3° maior volume de dividendos da história da companhia (R$ 72,4 bilhões). Fala-se de “interferência do governo”, mas não se fala que a Petrobrás será a segunda empresa do ramo de petróleo e gás que pagará o maior valor de dividendos para os acionistas no mundo. Isso pois, em 2023 a produção aumentou 3,7% se comparado com o ano anterior, sendo 2,7 milhões de barris de óleo/dia.

Depois de “abrasileirar o preço dos combustíveis” a meta agora deve ser por em prática o Plano de Investimento da Petrobras 2024-2028, anunciado com valor 31% superior ao plano apresentado pelo governo passado. São 91 bilhões de dólares que correspondem a projetos que já estão sendo anunciados e outros US$ 11 bilhões em negócios sendo avaliados pela administração.

Para a categoria petroleira do país, essa estratégia culmina em reposicionar a estatal como uma empresa de energia com responsabilidade social e não apenas do setor de petróleo e gás. Gerar novos empregos e fomentar a economia do país tendo como meta a transição energética, resgatando o protagonismo histórico da empresa com o desenvolvimento e a soberania do Brasil.

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