Petroleiros de PE e PB seguem aprovando a Greve

Texto e fotos: João Lucas Gama

As assembleias de deliberação de greve promovidas pelo Sindipetro PEPB já se aproximam do fim. A categoria vem referendando o indicativo de paralisação com data a ser definida pelo sindicato. Já o segundo ponto de pauta, a instauração de um estado de assembleia permanente (que não carece de uma convocação prévia de 48h), segue passando com ampla maioria. Entre as razões para a greve, figuram pautas nacionais e locais dos Petroleiros de Pernambuco e Paraíba, referentes ao sucateamento das unidades produtivas e a garantia de medidas mínimas de segurança (que há meses vem sendo negligenciada pelas gerencias). As votações seguem até 4 de março.

A greve dos petroleiros que já começa a tomar forma surge de uma necessidade da categoria de pautar os rumos da companhia e das gestões das unidades operacionais. Diante de um óbvio e proposital sucateamento das unidades em diversos locais do país (inclusive e sobretudo no Nordeste) e da sistemática retirada de direitos dos petroleiros e das petroleiras, as lutas que estão pela frente já não são mais por melhores condições de trabalho, mas pela sobrevivência dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás e, consequentemente, de toda a população brasileira.

Ao longo dos últimos 4 anos, os petroleiros e petroleiras unidos (as) conseguiram a derrubada de dois presidentes da estatal – Pedro Parente (em 2018) e mais recentemente Roberto Castello Branco, em fevereiro deste ano. Porém a luta não pode parar por aí; ao menos enquanto durar a Paridade de Preços Internacionais (PPI), a redução dos quadros de funcionários da companhia, a entrega de 50% da capacidade de refino do país e os sucessivos descumprimentos de medidas de segurança e do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

No entanto, o medo de perseguições e punições aos grevistas persiste em parte da categoria, onde alguns trabalhadores e trabalhadoras ainda amargam penas arbitrárias infringidas durante a última greve (em fevereiro do último ano). Em resposta a tal sentimento, o Sindipetro garante que o processo de greve se dará dentro dos limites da categoria e que o movimento paredista será construído de maneira horizontalizada e democrática, com avaliação diária e fazendo respeitar as vontades dos trabalhadores e das trabalhadoras de suas bases, que poderão participar do seminário de qualificação de greve, que será realizado online (respeitando medidas de distanciamento social) e devidamente marcado uma vez que forem concluídas as etapas de deliberação nas assembleias (uma vez que se tenha a aprovação do indicativo).

Confira a agenda das assembleias restantes:

2 de março

Terminal Aquaviário de Suape
Grupo: C
Horário: 19h

3 de março

Refinaria Abreu e Lima
Grupo: B
Horário: 7h

Sede do Sindicato
Grupo: Todos
Horário: 18h

4 de março

Gasoduto BR 232
Grupo:
 Adm
Horário: 7h

Lista de reivindicações nos estados de Pernambuco e Paraíba:

  • Recomposição de efetivos e retorno de “números mínimos” antes do O&M;
  • Imediato aumento no número de operadores, nos setores onde houve “partida” de novas unidades;
  • Fim das prorrogações excessivas de jornadas no turno de 12hs;
  • Participação do sindicato nas tratativas sobre transferências e realocações;
  • Fim da terceirização das atividades inerentes aos trabalhadores próprios do Sistema Petrobrás (Laboratório, SMS, Operação, entre outros);
  • Negociação junto ao sindicato de medidas de prevenção ao Covid-19, principalmente durante as paradas de manutenção;
  • Implementação de tabela de turno e da proposta de minuta da FUP, aprovada em assembleia;
  • Não implementação da Tabela “3×2” no turno da Refinaria;
  • Regulamentação do Teletrabalho;
  • Reembolso das horas descontadas indevidamente em 2021, descumprindo assim o acordo firmado no TST;
  • Pagamento imediato do saldo de banco de horas;
  • Interrupção e devolução das cobranças abusivas pela AMS;
  • Extinção do “Saldo AF” (indevidamente cobrado e descontado da categoria);
  • Melhoria nos transportes de turno dos trabalhadores;
  • Providências contra as constantes invasões e roubos dentro da refinaria (que colocam a vida de todos em risco iminente);
  • Reembolso dos adicionais e diferenças salariais, referente à redução salarial, ilegalmente praticada pela gestão durante a pandemia.

Ressarcimento de IR no HRA e do abono do PCR

Pagamento das horas extras / Feriado

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