Um dia de Luta e de Luto. Cidades brasileiras realizam atos simbólicos exigindo #ForaBolsonaro

Texto: João Lucas Gama

A sexta-feira (7) marcou um novo dia de mobilizações populares contra o governo genocida de Jair Bolsonaro. Diversas cidades brasileiras realizaram atos simbólicos neste Dia Nacional de Luta e de Luto, organizado pela Campanha de Solidariedade e do “Fora, Bolsonaro”, das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e outros movimentos sociais, que pedem a saída da chapa Bolsonaro Mourão e a dissolução de um projeto político que vêm realizando um verdadeiro desmonte do Estado, retirando direitos trabalhistas e negligenciando o enfrentamento à Covid-19.

“A tragédia que se abate no país também atinge, além da centena de milhares de vidas perdidas, a classe trabalhadora, a soberania nacional e a democracia, já que o governo Bolsonaro vem sistematicamente entregando as riquezas brasileiras ao capital externo, promovendo processos de privatização com graves prejuízos à Nação, retirando direitos dos trabalhadores, sem gerar emprego e renda e, por isso, o lema do dia 7 é também em defesa dos empregos”, informa matéria publicada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Crescimento do desemprego e da desigualdade

A resistência ao neofascismo bolsonarista tem se intensificado ao longo dos últimos meses. O Brasil se aproxima perigosamente de 100 mil mortos pelo novo Coronavírus. Jair Bolsonaro já foi eleito o pior presidente no combate à doença. Esse fato, somado à sua total incapacidade de gerir o Estado brasileiro tem levado o país em direção ao abismo.

O Brasil já vive a sua pior crise de sua história recente. Segundo levantamento feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua feito pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu para 12,9% no segundo trimestre de 2020, atingindo o maior número desde 2017. Estima-se que 8,9 milhões de pessoas perderam o emprego entre os meses de abril e junho de 2020. Atualmente, o país tem uma massa de mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados, além de 5,6 milhões de desalentados (que correspondem a 5,6% da força de trabalho).

A acentuada perda de postos de trabalho se mostra ainda mais preocupante em relação aos trabalhadores e trabalhadoras informais. Dos quase 9 milhões de empregos perdidos, 68% já estavam na informalidade. Vale destacar que, antes da pandemia, o Brasil já possuía aproximadamente 40% da sua força de trabalho lançada à informalidade.

Em contrapartida ao empobrecimento da classe trabalhadora, os ricos ficaram ainda mais ricos durante a pandemia da Covid-19. É o que revela o relatório Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid-19 na América Latina e Caribe, da Oxfam Brasil, divulgado em 27 de junho. Segundo o relatório, 42 bilionários brasileiros aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões, entre os meses de março e junho deste ano.

“É um governo que se preocupa com os capital, reduz direitos, retira dinheiro, não gera empregos; pelo contrário, gera empregos precários e reduz o emprego formal”, destacou o presidente da CUT PE, Paulo Rocha.

Mobilizações

Os atos simbólicos têm sido realizados em diversos locais do país. Em Pernambuco, foram realizadas mobilizações nas cidades de Recife, Garanhuns, Caruaru e Petrolina. Na capital pernambucana, o ato aconteceu na Praça da Democracia, no bairro do Derby, onde foram colocadas cruzes, representando os 100 mil mortos (6 mil, apenas no estado) e, ao final, balões negros foram lançados aos céus.

BASTA

Na segunda-feira (3), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em entrevista ao programa Roda Viva que não via motivos para a instauração de um processo de Impeachment. Porém não é necessário olhar muito longe para ver os motivos para o impedimento do presidente da república. Eles estão ao lado de todos e todas. Basta olhar ao redor!

O motivo está em cada um dos 100 mil mortos deixados pelo estado brasileiro. O motivo está em cada um dos 12 milhões de desempregados e das quase 6 milhões de pessoas desalentadas. O motivo está no risco de extermínio de populações indígenas, seja pela Covid-19, ou pela ação de madeireiros e grileiros cada vez mais violentos (por incentivo dos atos e das falas de Jair Bolsonaro e dos seus). O motivo está no desmonte das empresas públicas e no entreguismo bolsonarista. O motivo está nas sucessivas ameaças à frágil Democracia conquistada aqui a duras penas.

Na clássica obra anti-fascista Os Fuzis da Senhora Carrar, o escritor e dramaturgo alemão, Bertold Brecht, conta a história de uma mulher que, após perder o marido na resistência contra a ditadura fascista de Francisco Franco (ex-ditador espanhol), passa a proteger os filhos, com medo que tivessem o mesmo destino do pai. Certo dia, seu irmão (que lutava na resistência aos franquistas) vai visita-la, pedindo-lhe os fuzis do falecido cunhado, que a senhora Carrar escondia embaixo do assoalho da casa. Tanto as armas, quanto os filhos da mulher seriam importantes para a luta contra o fascismo que tomava conta do país. A mulher, tomada pelo medo, decide que não lhe confiaria nem os fuzis, nem os rapazes; em resposta, ela é aconselhada a não ceder ao medo e que “aqueles que lavam as mãos, o fazem em uma piscina de sangue”.

Neste exato momento, a classe trabalhadora se encontra no lugar da senhora Carrar, tendo que decidir entre resistir, ou lavar as mãos. Porém a piscina de Jair Bolsonaro já transborda de corpos e, mais do que nunca, é necessário lutar.

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