PPI: uma noite que durou sete anos. É hora do amanhecer!
Depois de sete anos de uma medida que selou a política de desmonte da indústria de óleo e gás nacional e que por pouco não resultou na privatização da Petrobrás, o Brasil pode dar adeus a famigerada política de Preço e Paridade de Importação (PPI). A nova administração da empresa anunciou na manhã desta terça-feira (16), que continuará tomando a referência do preço do barril de petróleo no mercado internacional, mas que a partir de hoje esse não será o único parâmetro que influenciará a política de preços nos combustíveis produzidas pela estatal.
A afirmação foi divulgada por nota, publicada no site da Petrobrás e antecedeu a divulgação da redução nos preços da gasolina, óleo diesel e gás de cozinha (GLP), feita pelo presidente Jean Paul Prates ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião entre os dois em Brasília. A mudança da política de preços encerra a subordinação obrigatória da precificação dos combustíveis ao dólar, que perdurava desde a instalação do governo Temer, em 2016.
A Federação Única dos Petroleiros, que junto aos sindicatos da categoria, entre estes o Sindipetro PE/PB, sempre se colocou na trincheira oposta ao PPI, denunciando que essa política gerou nesses sete anos de vigência um aumento de 223.8% no botijão de gás de 13 quilos, um encarecimento de 112,7% na gasolina e de 121,8% no óleo diesel. Agora, a Petrobras calculará o valor dos combustíveis conforme o preço praticado pelos concorrentes e o “valor marginal” da estatal, não havendo periodicidade definida para novos reajustes.
Redução imediata
A aplicação prática da derrubada do PPI se deu com o anuncio de redução nos preços do diesel e da gasolina para as distribuidoras. A petroleira informou que haverá um corte de 44 centavos por litro no preço médio de venda de diesel, enquanto a gasolina será reduzida em 40 centavos na venda a partir das refinarias. A redução no gás GLP chega a R$ 8,97 por botijão.
“O gás de cozinha, para o consumidor, custava em média R$ 55,35 no Brasil, um dia antes da implantação do PPI, em outubro de 2016. O litro da gasolina era vendido a R$ 3,65. O diesel custava R$ 3,00”, lembra David Bacelar, Coordenador Geral da FUP. Hoje, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o gás está em R$ 108,13, a gasolina em R$ 5,52 e o diesel em R$ 5,65. Com a nova política de preços nos combustíveis será possível “abrasileirar o preço da gasolina”, tal como a promessa do Presidente Lula, durante a campanha eleitoral.